Total de visualizações de página

Sistema Ngal-So de Autocura
Sistema Ngal-So
Linhagem de Autocura Tãntrica Ngal-So
Ngal – So = Não Violência
Abandonar as ações negativas. Aumentar as ações positivas. Controlar a mente. Estes são os ensinamentos de Buda.
Paz Interior e Paz Mundial
Agora e Sempre
Criada por TYS Lama Gangchen Tulku Rinpoche é uma expressão moderna da antiga sabedoria e compaixão da linhagem budista Gelupa do Antigo Tibet.
Nos dias de hoje nosso corpo, mente, sociedade e meio ambiente estão cansados, enfermos, debilitados e contaminados Ngal, mas, com o método especial de Autocura Tãntrica podemos recuperar nossa energia de vida de puro cristal, a nossa vitalidade e luz interna, So. É o princípio ético fundamental do budismo Ngal-So, não ser violento em nenhuma situação. Esta linhagem Mahayana, baseada na dedicação altruísta da própria Vida para libertar-se e aos outros do sofrimento. Para se beneficiar destas práticas não é preciso ser budista.
Lama Caroline
Lama Caroline
Discípula de TYS Lama Gangchen, fundador da Lama Gangchen World Peace Foundation, uma ONG afiliada às Nações Unidas. Pratica e promove a linhagem Ngalso do Budismo Mahayana-Vajrayana. Nascida em 1965 em Yorkshire, Inglaterra. Quando criança era fascinada pela ciência, astronomia e exploração espacial. Enquanto cursava a Universidade de Londres, começou a perceber que a abordagem científica da realidade era muito conceitual e externalizada e, começou a investigar a realidade através da meditação Budista e a explorar o espaço interior. No período 1986–91 estudou o Budismo Gelupa em Cumbria, Inglaterra, com Geshe Kelsang Gyatso. Então, em 1991 encontrou seu mestre raiz Lama Gangchen Rinpoche e, impressionada pela sua moderna e aberta abordagem da espiritualidade, começou a estudar e colaborar com ele. Lama Caroline o tem acompanhado nos últimos quinze anos em inúmeras turnês de ensinamentos e peregrinações ao redor do mundo, promovendo a não-violência, a educação informal, a tradição Ngalso de Auto-Cura e um fórum espiritual interreligioso para a paz mundial. Sua prática de Karma Yoga consiste em trabalhar como editora da Lama Gangchen Peace Publications, uma associação sem fins lucrativos que publica livros sobre Budismo, CDs da Paz e educação da Paz. Em Agosto de 2000 foi reconhecida por Lama Gangchen no Tibet como Lama Dordje Khanyen Lhamo, (Deusa que enaltece e transmite a Mensagem Vajra de Buda) e mantenedora da linhagem de ensinamentos Ngalso. Lama Caroline tem conduzido inúmeros retiros de meditação das tradições Mahayana e Vajrayana e ensina filosofia, psicologia, tantra, medicina e astrologia Budistas na Inglaterra, na Itália e, ao redor do mundo. Está, no momento, completando mestrado em Estudos Budistas.
Lama Michel Rinpoche
Lama Michel Rinpoche nasceu em São Paulo em 1981. Aos cinco anos de idade encontrou-se pela primeira vez com Lama Gangchen Rinpoche e sua aproximação com o budismo tibetano tornou-se evidente. Nos anos subseqüentes Lama Gangchen Rinpoche e outros mestres reconheceram Lama Michel como a reencarnação de um linhagem de Lamas tibetanos. A conexão de Lama Michel com o budismo aprofundou-se ao viajar a lugares sagrados no Tibete, Índia, Nepal e Indonésia. Aos 12 anos, por decisão própria, tornou-se monge e passou a viver no Monastério de Sera Me, no Sul da Índia, onde, desde então, dedica-se ao estudo da filosofia budista tibetana. Sera Me é uma universidade monástica que conta hoje com quatro mil monges. Em Sera, assim como nas outras duas grandes universidades monásticas de Gangden e Drepung estuda-se aproximadamente por 20 anos para alcançar-se o título de Gueshe – Doutor em Filosofia Budista.
Em 1994 foi entronizado tanto no Monastério de Sera Me como no Monastério de Tashi Lhunpo do sul da Índia, reconhecido pela sociedade tibetana como a reencarnação de Guelong Wanguiela Lobsang Chöpel, que foi mestre e assistente de Gangchen Rinpoche no Monastério de Gangchen no Tibete.
Lama Michel tem viajado com Lama Gangchen a muitos lugares pelo mundo, desde cedo dando palestras e ensinamentos, aplicando e transformando sua sabedoria e conhecimentos de maneira muito amorosa e próxima aos seus amigos e discípulos. Junto com Lama Gangchen tem guiado o Centro de Dharma da Paz e ajudado Lama Gangchen em vários projetos da Fundação Lama Gangchen para a Paz Mundial.
Em 1996 foi lançado o seu primeiro livro – `Uma Jovem Idéia de Paz`, uma compilação das palestras dadas por ele durante a sua primeira visita como monge ao Centro de Dharma da Paz em São Paulo em 1995.
Lama Gangchen T. Rinpoche
Venerável Lama Gangchen Tulku Rinpoche nasceu no Tibete em 1941. É o detentor de uma linhagem ininterrupta de Lamas Curadores e Mestres Tântricos e recebeu a educação tradicional nos Monastérios de Tashi Lumpo e Sera Me no Tibet. Em 1963, Lama Gangchen exilou-se na Índia, onde continuou seus estudos na Universidade de Varanasi. Em 1983 fixou residência em Milão, na Itália.
Lama Gangchen é um mestre moderno ciente das necessidades, anseios e dificuldades das pessoas de nossos tempos. Sempre com a motivação pura de beneficiar todos os seres, Lama Gangchen lançou em 1993 a prática de Autocura Tântrica Ngal-So de equilíbrio do corpo e da mente. desde então apresentou a série Autocura Ngal-So, adaptando os antigos ensinamentos do budismo tântrico de uma maneira moderna, direta e efetiva de serem praticados pelas pessoas do séc. XXI.
Responsável espiritual por dezenas de Centros de Dharma no Ocidente e no Oriente, Lama Gangchen viaja por todo o mundo ensinando a Autocura Tântrica Ngal-So, a educação da paz interior para o desenvolvimento da paz mundial, a educação não formal e o cuidado com o meio ambiente e os cinco elementos.
Em 1992, fundou a Lama Gangchen World Peace Foundation – LGWPF – Fundação Lama Gangchen para a Paz Mundial – ONG filiada à ONU, cuja missão é a propagação e o desenvolvimento da Cultura de Paz.
Em 1995 Lama Gangchen lançou a proposta do Fórum Espiritual nas Nações Unidas para a Paz Mundial, que propõe a criação de um fórum inter-religioso sob os auspícios da ONU, com o objetivo de unir as diversas tradições religiosas e espirituais no trabalho comum para a paz mundial.
Desde 2001 vive em Albagnano – Verbania, nas encostas do Lago Maggiore, ao norte da Itália, onde fundou o Albagnano Healing Meditation Centre, sede principal das atividades de Lama Gangchen no mundo. Todos são bem vindos a visitarem e participarem das atividades oferecidas em Albagnano.
Livros de Lama Gangchen em Português: Autocura I – Proposta de um mestre tibetano; Ngalso – Autocura Tântrica II; Ngalso – Autocura III; Fazendo as Pazes com o Meio Ambiente.
Títulos Recebidos por Lama Gangchen Rinpoche
Award of Excellence, da Sociedade dos Escritores das Nações Unidas; Diploma de Honra da Associação da Ordem do Mérito da Comunidade Européia; Prêmio São Francisco e Santa Clara de Assis do Centro Fransciscano Internacional de Estudos para o Diálogo Inter-religioso; Medalha de Ouro Albert Schweitzer, do Instituto de Medicina Universal da Polônia.

As seis paramitas

As seis Paramitas
Sobre as Seis Paramitas

Colher a essência da vida

Sou feliz por acordar hoje para praticar o Dharma Mahayana.
Farei com que minha vida seja significativa.
E que neste dia eu possa, especialmente, colher a essência da vida.
PAPONKA RINPOCHE
Sou feliz por acordar e saber quem sou.
Sou praticante de um bom coração, dedico a agir contra meus defeitos mentais para inspirar os outros a fazerem o mesmo.
Sei que o propósito da vida é tornar a mente mais flexível.
Sei que o amanhã não vem para socorrer-me. Tenho que fazer algo por mim agora. Tudo começa hoje.
Por isso, preciso agora me reconectar com o significado de estar viva, com isso pontuar a minha vida e fazê-la fluir.
Sei que vida sem significado não tem sabor.
Então, vou parar de viver fantasias, medos e de antecipar o futuro.
O que eu quero é soltar as preocupações com meu passado e futuro.
Quero saber do agora, e… Agora,…
Eu quero ser saudável quero repor toda minha energia despendida e focá-la em um plano concreto de realização.
Quero ser enérgica para remover todos os obstáculos pra que eu possa sempre ser feliz e viver os meus méritos inerentes.
Eu quero ser quem SOU melhor a cada dia para contribuir, inspirar outros seres deste mundo.
Estou viva!
Sou uma luz para mim mesma!

As seis Paramitas ou seis perfeições significa:
“Atravessar para outra margem”.
Cada uma das Paramitas é uma travessia.

Buda disse:
“Não fique esperando que a outra margem venha até vc.
Se quiser atravessar para chegar à margem da segurança, do bem-estar, da coragem e da ausência de raiva, terá que nadar ou remar.
Vc precisa fazer um esforço.
1ª Paramita – Generosidade.
Prática do desapego. São quatro formas de generosidade.
Partilhar; ensinamento que geram paz de forma adequada à mente das pessoas, sem esperar recompensa.
Oferecer; coisas materiais como nosso corpo e nossos recursos.
Oferecer; proteção, consolo e coragem.
Oferecer; amor [incondicional], apoio emocional, energia positiva, boas vibrações e nosso tempo.
“É a disponibilidade que temos de compartilhar a nossa abundância”.
“Se vc desejar que ele saia do sofrimento, já estará lhe oferecendo algo de positivo”.
2ª Paramita – Moralidade.
Prática que mantém a mente saudável. Chamada também de disciplina. São valores e virtudes que irão sustentar.
A moralidade é uma prática individual, por meio da qual adquirimos autocontrole: a automoralidade. Abstenção de ações não virtuosas e à motivação de sempre beneficiar os demais. Sair do nosso egocentrismo. Você se enquadra nas circunstâncias. Encarna a generosidade transcendental. Não discrimina entre este e aquele. Age de acordo com o que é. Assumi a responsabilidade Poe si mesmo através de suas ações. Só quando temos clareza de nosso plano interior é que colocamos, de fato, energia no mundo exterior para realizá-lo.
“A moralidade age como uma cerca, mantendo todos os animais selvagens e destrutivos de nossas emoções negativas longe de nosso jardim interno de Buda, onde estamos tentando cultivar nossa experiência do espaço interior e desenvolver a mente e a energia de cristal puro”.
3ª Paramita – Paciência.
Prática da quietude interna. Com o exercício dela dispomos de mais tempo e espaço para refletir sobre o significado da vida.
Existem três tipos de paciência:
1. Não se aborrecer com os prejuízos infligidos pelas outras pessoas. Por exemplo, se alguém o ataca você deve ser tolerante e paciente.
2. Aceitar voluntariamente o sofrimento para si: se alguém demonstra ter raiva de você, você não deve revidar, mas sim compreender que a outra pessoa não tem controle sobre suas emoções.
3. Ser capaz de suportar os sofrimentos próprios do desenvolvimento espiritual.
É preciso criar espaço entre você e o outro que ti incomoda.
Não se trata de distanciar-se de alguém como numa fuga, mas sim de recuperar a sua autonomia emocional.
4ª Paramita – Esforço entusiástico.
Significa cultivar a perseverança e assim não correr o risco de nos desconectar de nossos propósitos de vida. O esforço entusiástico surge quando estamos totalmente interessados naquilo que fazemos. Com motivação verdadeira, no nosso trabalho e nossa missão. Ele é a alegria de seguir em frente que resulta do desenvolvimento das três perfeições anteriores. Importante saber que o esforço entusiástico surge quando abandonamos o perfeccionismo e reconhecemos toda e qualquer oportunidade como uma nova chance para o crescimento interior.
5ª Paramita – Concentração e consciência.
Ao praticar estabilizamos a nossa mente. Por meio de nossa concentração, podemos nos manter fiéis aos nossos propósitos sem nos deixar distrair pelas mil e umas atividades extras pelas quais somos atraídos constantemente.
Quanto maior for nosso poder de concentração, maior será nossa capacidade de escolha. Escolher é ser livre para estar, sem esforço, onde queremos levar a nossa mente. Com a concentração, querer torna-se poder. Com concentração desenvolvemos nossa autoridade interna.
“O Bodhisattiva nunca procura um estado de transe, de bem-aventurança ou de absorção. Está simplesmente desperto para as situações da vida como elas são, particularmente cônscio da continuidade da meditação com generosidade, moralidade, paciência e energia. É contínua a sensação de ‘desperto’”.
Meditar em tibetano significa literalmente “tornar familiar”. Por meio da meditação nos familiarizamos com os estados mentais positivos. Aprendemos a reconhecê-los em nosso interior.
6ª Paramita – Sabedoria.
Com sabedoria eliminamos qualquer emoção conflituosa. Despertamos nossa sabedoria intuitiva, ampliamos nosso espaço interno, aprofundamos o nosso poder da verdade que adquirimos com nossas experiências. Significa conhecimento com vivência. Não existem erros, mas sim experiências.
Perguntas refletem a nossa ignorância; respostas, a nossa sabedoria. Quando em nossa mente não houver mais perguntas, apenas resposta, então você terá atingido a iluminação. Isto é quando conquistarmos a sabedoria que é capaz de conhecer a origem de todos os fenômenos. Para adquirirmos a sabedoria, no entanto, necessitamos cultivar uma mente aberta e inquisitiva. Para tanto precisamos ter coragem de abrir mão da segurança dos nossos conhecimentos adquiridos e estabelecidos. Precisamos abrir mão de quaisquer conclusões a que possamos chegar, pois, como Buda ensinou apegar-se a qualquer coisa que seja bloqueia a sabedoria.

Ter consciência de onde estamos nos dá a oportunidade de transformar o que for preciso.
Saber para onde vamos é que revela o sentido da nossa vida.

Texto adaptado:
O livro das emoções de Bel César – Editora Gaia – pgs: 106 a 117.
Sutras
Sutra do Diamante

Vajracchedika Prajnaparamita Sutra


Assim ouvi. Estava o Buda no parque Anathapindika perto de Srasvati, acompanhado de muitos monges, por volta de 1.250 monges. Um dia, chegada a hora do desjejum, Buda, segurando sua tigela e vestido com seu manto, dirigiu-se à grande cidade de Srasvati para mendigar seu alimento. Como era o costume, de porta em porta Ele pediu seu alimento. Feito isso, retornou ao local de retiro e fez a refeição do meio-dia. Quando acabou de comer, tirou o manto, pôs ao lado a tigela, lavou os pés, arrumou seu assento e nele se sentou.


(Seção II – Subhuti faz uma pergunta)

Em meio aos monges encontrava-se Subhuti, que, levantando-se, descobriu seu ombro direito, ajoelhou-se e, respeitosamente elevando as mãos com as palmas unidas, perguntou:
“Honrado-Deste-Mundo, é raro encontrar alguém como você, sempre disposto a apoiar e mostrar especial confiança nos Bodhisattvas. Honrado-Deste-Mundo, se bons homens e mulheres desejam encontrar o estado desperto mais completo e elevado, como devem dominar sua mente e como deve esta permanecer?”

Buda respondeu:
“Muito bem, Subhuti! O que você disse é correto. O Tathagata tem sempre em mente todos os Bodhisattvas, protegendo-os e instruindo-os bem. Agora ouça e leve minha resposta ao seu coração. Se bons homens e mulheres desejam encontrar o estado desperto mais completo e elevado, sua mente deve permanecer da seguinte maneira:”

Subhuti disse então:
“Graças, Honrado-Deste-Mundo. Com alegria ansiamos por ouvir seus ensinamentos.”


(Seção III – O Ensinamento Verdadeiro do Grande Caminho)

Buda respondeu:
“Subhuti, todos os Bodhisattvas Mahasattvas devem manter a mente da seguinte maneira: ‘Todas as criaturas vivas, de todas as espécies, nascidas de ovos, de úteros, da umidade, ou pela transformação, tendo forma ou não tendo forma, capazes de pensamento ou isentas dessa necessidade, ou totalmente além de todos os reinos do pensamento; todas essas criaturas levaremos à libertação ilimitada do Nirvana. Mesmo assim, quando tais vastos e incontáveis números de seres tiverem sido libertados, na verdade, nenhum ser terá sido libertado. Por que é assim, Subhuti? Porque nenhum Bodhisattva que seja um verdadeiro Bodhisattva cultiva a idéia da existência de um ser, uma pessoa, uma individualidade separada, uma vida.


(Seção IV – Até as Práticas mais Benéficas são Relativas)

Além disso, Subhuti, quando um Bodhisattva pratica a generosidade, sua mente não deve permanecer em nenhum objeto, quer dizer, em nenhuma forma, som, cheiro, gosto ou sensação do tato, em nenhum fenômeno; assim deve sua mente praticar a generosidade sem prender-se à nenhuma forma. E por quê? Por que se assim pratica a generosidade sem prender-se aos fenômenos, seu mérito é incomensurável. Subhuti, o que você acha? É possível medir todo espaço que se estende na direção leste?”

“Não, Honrado-Deste-Mundo, não é possível.”
“Subhuti, é possível medir o espaço que se estende ao sul, oeste, norte, ou em qualquer direção, acima e abaixo?

“Não, Honrado-Deste-Mundo.”

“Subhuti, igualmente incomensurável é o mérito do Bodhisattva que pratica a generosidade sem prender-se às formas ou fenômenos. Subhuti, a mente de um Bodhisattvas deve assim permanecer.”


(Seção V – Compreendendo o Princípio Último da Realidade)

“Subhuti, o que você acha? Pode-se ver o Tathagata por meio de Sua forma corpórea.?”

“Não, Honrado-Deste-Mundo, o Tathagata não pode ser visto por meio de Sua forma corpórea. Por quê? Porque quando o Tathagata fala de forma corpórea, não há uma forma corpórea da qual se fala.”

Buda disse então a Subhuti:
“Onde há formas, há ilusão; se todas as formas forem vistas como ilusões, então se percebe o Tathagata. (aquele que enxergar a natureza de não-forma das formas, verá o Thatagata).


(Seção VI – A Fé Verdadeira é Rara)

Subhuti disse ao Buda:
“Honrado-Deste-Mundo, haverá no futuro pessoas que, ao ouvir esses ensinamentos, poderão desenvolver verdadeira crença neles?”

“Subhuti, não diga isso. Quinhentos anos depois que o Tathagata já tiver partido, haverá aqueles que, enraizados em mérito, ao ouvir esses ensinamentos, neles acreditarão, considerando-os como a Verdade. Mas devemos saber que tais pessoas plantaram sementes para isso não apenas durante a vida de um Buda, ou dois, três, quatro, ou até cinco; tais seres, na verdade, plantaram sementes de virtude durante as vidas de milhares de Budas. Qualquer um que, por um só segundo, deixar surgir em si uma confiança clara e pura ao ouvir estas palavras, o Tathagata verá e conhecerá tal pessoa, que atingirá incomensurável alegria devido à sua compreensão desses ensinamentos. Por quê?

Porque tais seres não se prenderão mais à idéia de uma individualidade separada, uma essência intrínseca, uma pessoa, um ser ou uma vida; não se prenderão à idéia de um ensinamento ou do não-ensinamento. Por quê? Porque se a mente se prende ou se apega à uma forma, prende-se então ainda à idéia de uma essência intrínseca, uma individualidade separada, uma pessoa, um ser ou uma vida. Se a mente se apega ao ensinamento (ou à idéia de que há um ensinamento), então ainda se prende à noção de uma essência intrínseca, uma individualidade, uma pessoa, um ser ou uma vida. Se a mente se apega à idéia de que não há um ensinamento, de novo ainda se prende à noção de uma essência intrínseca, uma individualidade separada, uma pessoa, um ser ou uma vida. Por isso, não deve apegar-se ao ensinamento nem ao não-ensinamento. Esse é o motivo por que o Tataghata sempre disse: tenham em mente que os meus ensinamentos são como um barco. Todos os ensinamentos devem ser abandonados, e mais ainda, os não-ensinamentos.

(Seção VII – Os Grandes, Perfeitos Além do Aprender, Não Dão Palavras de Ensinamento)

“Subhuti, o que você acha? O Tathagata chegou realmente à mente desperta mais elevada, à suprema iluminação (Anubodhi)? O Tathagata dá algum ensinamento?”

Subhuti respondeu:
“Conforme entendo os ensinamentos de Buda, não há uma formulação da verdade chamada a Suprema Iluminação. Além disso, o Tathagata também não tem ensinamentos formulados para enunciar. Por quê? Porque o Tathagata disse que a verdade não pode ser contida nem expressa. Ela nem é nem não é. Os nobres mestres se distinguem dos outros por mostrarem o ‘incondicionado’.”


(Seção VIII – Os Frutos das Ações Virtuosas)

“Subhuti, o que você acha? Se alguém preenchesse o universo com os sete tesouros e os oferecesse como doações, seria grande a sua virtude?”

Subhuti respondeu:
“Muito grande, Honrado-Deste-Mundo. Por quê? É porque a própria natureza da virtude é não virtude que o Tathagata fala em virtude.”

Buda disse:
“Por outro lado, se alguém aceita esses ensinamentos e os põe em prática, e explica mesmo que apenas quatro linhas disso a outros, a virtude dessa pessoa é muito, muito maior. E por quê? Porque todos os Budas e sua Suprema Iluminação se originam deste ensinamento. Os assim chamados Budas e Dharmas não são realmente Budas e Dharmas.”


(Seção IX – A Designação Verdadeira é a Não-Designação)

“Subhuti, o que você acha? Alguém que atingiu o ‘entrar-no-fluir’ diz a si mesmo: ‘atingi o estágio do entrar-no-fluir’?”

Subhuti disse: “Não, Honrado-Deste-Mundo. E por quê? Por que ‘entrar-no-fluir’ é apenas um nome. Não há um ‘entrar-no-fluir’. Daquele que não se apega às formas, sons, cheiros, gostos, tatos ou a qualquer fenômeno se diz que ‘entrou-no-fluir’.”

“Subhuti, o que você acha? Aquele que está sujeito agora a apenas-mais-um-renascimento diz a si mesmo: ‘cheguei ao estágio de apenas-mais-um-renascimento’?”

Subhuti disse:
“Não, Honrado-Deste-Mundo. E por quê? Porque ‘apenas-mais-um-renascimento’ é somente um nome. Não há o morrer nem o vir a existir. Daquele que enxerga isso diz-se que agora está sujeito a apenas-mais-um-renascimento.”

“Subhuti, o que você acha? Alguém que chegou ao não-mais-renascer diz a si mesmo: ‘cheguei ao estágio do não-mais-renascer’?”

Subhuti disse:
“Não, Honrado-Deste-Mundo. E por quê? Porque ‘não-mais-renascer’ é apenas um nome. Não há algo que seja um ‘não-mais-renascer’; por isso usa-se a designação não-mais-renascer.”
“Subhuti, o que você acha? Um Arhat (ser liberto) diz a si mesmo: ‘cheguei ao estado de Arhat’?”
Subhuti respondeu:
“Não, Honrado-Deste-Mundo. E por quê? Porque não há algo como um ‘estado-de-Arhat’. Honrado-Deste-Mundo, se um Arhat de mente perfeitamente desperta dissesse a si mesmo: ‘sou isso’, estaria então prendendo-se (ou apegando-se) à idéia de uma essência intrínseca, uma individualidade, pessoa, entidade, ou vida. Honrado-Deste-Mundo, quando Buda fala de minha excelência na domínio da concentração perfeita no sereno-permanecer, livre de desejos, eu não digo a mim mesmo: ‘sou um Arhat de concentração perfeita no sereno-permanecer, livre de desejos.’ Honrado-Deste-Mundo, se eu dissesse de mim mesmo: ‘sou isso’, Buda não teria declarado: ‘Subhuti encontra a felicidade permanecendo na paz, em retiro na floresta. Isso porque Subhuti não permanece em nada: por isso ele é chamado de ‘Subhuti, o alegre que permanece na paz em retiro na floresta’.


(Seção X – Manifestando Terras Puras)

Buda disse: “Subhuti, o que você acha? No passado, quando o Tathagata estava com o Buda Dipankara, chegou ele a alguma realização sobre a Boa Lei?”

“Não, Honrado-Deste-Mundo. Quando o Tathagata estava com Buda Dipankara, ele não atingiu nenhuma realização da Boa lei.”

“Subhuti, o que você acha? Um Bodhisattva manifesta belas Terras Puras?”

“Não, Honrado-Deste-Mundo. E por quê? Porque manifestar belas Terras Puras não é realmente manifestar belas Terras Puras; isso é apenas um nome.

(então Buda continuou:) “Portanto, Subhuti, todos os Bodhisattvas, maiores ou menores, devem desenvolver uma mente pura e lúcida, que não dependa (não se prenda) aos sons, sabores, toques, cheiros ou à qualquer fenômeno. Um Bodhisattva deve desenvolver uma mente que não se prenda à nada; assim deve estar a mente do Bodhisattva. Isso pode ser comparado à uma moldura (corpo) humana tão grande quanto o poderoso Monte Sumeru. O que você acha? Um tal corpo seria grande?”

Subhuti respondeu:
“Muito grande, Honrado-Deste-Mundo. Isso porque o Buda explicou que não é realmente um corpo, mas é chamado de grande corpo.”


(Seção XI – A Superioridade da Verdade Não-Formulada)

“Subhuti, se existisse tantos rios Ganges quanto há grãos de areia no rio Ganges, seriam muitos os grãos de areia desses rios?”

“Muitos realmente, Honrado-Deste-Mundo. Mesmo os rios Ganges seriam incontáveis; mais ainda suas areias.”

“Subhuti, vou contar-lhe uma verdade. Se um homem ou uma mulher de virtude preenchesse tantos universos quanto os grãos de areia de todos esses rios com os sete tesouros, e doasse todos esses tesouros, seria grande o seu mérito?”

Subhuti respondeu: “Muito grande, Honrado-Deste-Mundo”.

E o Buda disse:
“Mesmo assim, Subhuti, se um homem ou uma mulher de virtude estuda este ensinamento e retém dele mesmo que só quatro linhas, e explica-as a outros, o mérito assim gerado é muito maior.”


(Seção XII – Veneração à Doutrina Verdadeira)

Além disso, Subhuti, o lugar onde esses ensinamentos forem ditos, mesmo que só quatro linhas deles, esse lugar deverá ser venerado pela totalidade dos reinos dos deuses, homens e assuras, como se fosse um templo de Buda. Quanto mais ainda deverá ser venerado aquele que for capaz de receber e manter em mente o ensi-namento todo e recitá-lo do início ao fim! Subhuti, tal pessoa atingirá a verdade mais elevada e Maravilhosa. Onde quer que este ensinamento seja encontrado, Buda e seus honrados discípulos também lá estarão.


(Seção XIII – Como este Ensinamento deve ser Recebido e Mantido)

Subhuti então perguntou ao Buda:
“Honrado-Deste-Mundo, qual o nome pelo qual este ensinamento deverá ser conhecido, e como ele deverá ser recebido e mantido?”

Buda respondeu:
“Este ensinamento deve ser chamado o “Diamante da Perfeição da Sabedoria”; com esse nome ele deve ser recebido e mantido. E por quê? Segundo o ensinamento de Buda, a Perfeição da Sabedoria não é realmente uma perfeição da sabedoria, mas é chamada de ‘perfeição da sabedoria’. Subhuti, o que você acha? O Tathagata tem um ensinamento para passar?”

Subhuti respondeu:
“Honrado-Deste-Mundo, o Tathagata não tem nada a ensinar.

“Subhuti, o que você acha? Existem muitas partículas de poeira no universo?”

“Realmente muitas, Honrado-Deste-Mundo.”

“Subhuti, o Tathagata diz que essas partículas de poeira não são realmente partículas de poeira, mas são chamadas ‘partículas de poeira’. Além disso, o Tathaga diz que o mundo não é realmente um mundo, mas é chamado de ‘mundo’. Subhuti, o que você acha? O Tathagata pode ser percebido pelas 32 marcas físicas peculiares de um sábio?”

“Não, Honrado-Deste-Mundo, o Tathagata não pode ser percebido por essas 32 marcas. E por quê? Porque o que o Tathagata chama de 32 marcas não são realmente marcas.”

“Subhuti, se um bom homem ou uma boa mulher sacrifica sua vida num ato de generosidade tantas vezes quanto o número de grãos de areia do rio Ganges, e se, por outro lado, um outro bom homem ou uma outra boa mulher sabe como aceitar, praticar e explicar este sutra a outros, mesmo que apenas 4 linhas, a felicidade (mérito) resultante deste ato é de longe muito maior.”


Seção XIV – A Paz Perfeita está na Liberdade em relação às Características Distintivas (ou às essências)

Ao ouvir estes ensinamentos, tendo tido uma percepção profunda de seu significado, Subhuti foi tomado de lágrimas. Disse então ao Buda:

“Honrado-Deste-Mundo, é tão precioso que o Buda tenha exposto tais ensinamentos tão profundos. Desde que meus olhos de sabedoria se abriram, eu nunca tinha ouvido ensinamento tão profundo. Honrado-Deste-Mundo, aquele que, ao ouvir estes ensinamentos, puder enxergar sua mente como clara e pura, este terá uma percepção direta da realidade. Devemos saber que tal pessoa realizará o mérito mais raro e elevado. Honrado-Deste-Mundo, e essa realidade não é realidade, mas o Tathagata a chama de realidade.

Honrado-Deste-Mundo, tendo ouvido este ensinamento, não é difícil para mim acreditar nele, compreendê-lo, recebê-lo e guardá-lo; mas em épocas futuras, durante os últimos quinhentos anos, se acontecer de alguém ouvir este sutra, acreditar nele, compreendê-lo, recebê-lo e guardá-lo em si, tal pessoa será extremamente preciosa. E por quê? Porque ela estará livre da noção de uma essência intrínseca, uma individualidade separada, uma pessoa, um ser ou uma vida. E por quê? Porque a noção de uma essência intrínseca, uma individualidade separada, uma pessoa, um ser ou uma vida é enganosa. Aqueles que deixaram para trás tal noção são chamados de Budas.”

E o Buda disse:
“Exatamente, Subhuti, exatamente! Aquele que ouve este ensinamento e não é tomado de apreensão, medo ou pavor, deve ser reconhecido como um ser precioso. E por quê? Porque, Subhuti, como o Tathagata diz, a Primeira Perfeição (generosidade), não é na verdade a Primeira Perfeição, mas é chamada de Primeira Perfeição.

Subhuti, o Tathagata disse também que a Perfeição da Paciência não é a Perfeição da Paciência, mas é chamada de Perfeição da Paciência. E por quê? Quando em uma vida passada, meu corpo foi mutilado pelo rei de Kalinga, eu já estava livre da noção de uma essência intrínseca, uma individualidade separada, uma pessoa, um ser ou uma vida. Quando meus membros foram cortados, pedaço a pedaço, se eu estivesse preso à idéia de uma essência intrínseca, uma individualidade separada, uma pessoa, um ser ou uma vida (preso às distinções dos fenômenos), sentimentos de raiva e ódio teriam surgido em mim.

Também me lembro que durante quinhentas de minhas últimas vidas entreguei-me à prática da paciência. Eu já não estava mais preso à noção de uma essência intrínseca, uma individualidade separada, uma pessoa, um ser ou uma vida (não estava mais preso às distinções dos fenômenos). Assim, Subhuti, para manifestar à inigualável mente desperta, os Bodhisattvas devem deixar para trás todas as distinções dos fenômenos, não permitindo que a mente prenda-se (ou apegue-se) às formas, sons, cheiros, gostos, tatos e fenômenos. A mente dos Bodhisattvas não deve apegar-se à nada. Aonde a mente se apega, lá há o engano. É por isso que o Buda diz que a mente dos Bodhisattvas não deve prender-se às formas ou fenômenos quando pratica a generosidade (dana). Subhuti, é assim que os Bodhisattvas devem fazer oferendas para o bem-estar de todos os seres vivos.

O Tathagata diz que todas as formas (fenômenos) não são formas (fenômenos) e que todos os seres vivos não não seres vivos. Subhuti, as palavras do Tathagata são verdadeiras e correspondem à realidade. Ele não fala de forma enganosa para agradar as pessoas. A verdade que o Tathagata enxerga não é real nem irreal. Subhuti, se um Bodhisattva pratica a generosidade com a mente apegada às formas (fenômenos), ele é como alguém caminhando no escuro, sem enxergar nada; mas se um Bodhisattva pratica a generosidade sem que a mente se prenda aos fenômenos, ele é como alguém de olhos bem abertos, enxergando tudo sob a luz do sol.

Subhuti, se em tempos futuros um bom homem ou um boa mulher puder receber, manter em mente, compreender e praticar este ensinamento, o Tathagata, em sua Onisciência verá e reconhecerá claramente tal pessoa, que, em consequência dessa virtude, gerará incalculável mérito e felicidade.


(Seção XV – O Valor Incomparável deste Ensinamento)

“Subhuti, se por um lado um bom homem ou uma boa mulher entregar-se à prática da generosidade de manhã tantas vezes quanto há grãos de areia no Rio Ganges, de novo ao meio-dia tantas vezes quanto há grãos de areia no Rio Ganges, e de novo à noite o mesmo número de vezes, e se essa pessoa continuar a fazer isso durante incontáveis éons, e se, por outro lado, alguém ouvir este ensinamento e nele acreditar sem restrições, confiando totalmente em seu conteúdo, sua felicidade (seu mérito) será maior do que o daquele que praticou a generosidade. Maior ainda será a felicidade (o mérito) daquele que o receber, manter em mente, praticar e explicar a outros!”

“Subhuti, em resumo, a felicidade e o mérito resultante deste ensinamento são inconcebíveis, imensuráveis, ilimitados. O Tathagata passou este ensinamento para o benefício dos iniciados no Grande Caminho; ele o passou para o benefício dos iniciados no Supremo Caminho. Aquele que é capaz de receber e manter em mente este ensinamento, estudá-lo, recitá-lo, praticá-lo e passá-lo adiante a muitos outros, será reconhecido pelo Tathagata e atingirá a perfeição da felicidade além de qualquer medida ou cálculo, e a perfeição do mérito ilimitada e inconcebível. Tal pessoa será um exemplo da Mente do Supremo Despertar de todos os Tathagatas. E por quê? Porque, Subhuti, aqueles que se contentam com ensinamentos baseados na noção de uma essência intrínseca, uma individualidade separada, uma pessoa, um ser ou uma vida, não são capazes de aceitar, manter em mente, estudar, recitar, praticar e explicar a outros este ensinamento.”

“Subhuti, em todos os lugares onde este ensinamento for encontrado, deuses, homens e assuras deverão fazer oferendas; tal lugar será como um templo, e assim deverá ser venerado com cerimônias, rituais, circumbulações, flores e incensos.”


(Seção XVI – Purgação por meio do Sofrimento e a Retribuição pelas Ações Negativas Passadas)

“Além disso, Subhuti, se um bom homem ou uma boa mulher que recebeu este ensinamento e o pratica for desprezado ou humilhado, tal destino será o resultado de ações cometidas em suas vidas passadas; pela virtude desse infortúnio, os efeitos de suas ações de vidas passadas serão erradicados, e tal pessoal poderá assim atingir a suprema mente desperta.

Subhuti, antes que eu conhecesse Buda Dipankara em uma vida passada, eu já havia feito oferendas e já havia sido atendente fiel de todos os 84 multi-milhões de Budas. Porém, se alguém for capaz de receber, manter em mente, estudar, recitar e praticar este ensinamento nos últimos 500 anos do período final, tal pessoal gerará assim um mérito (uma felicidade) milhares de vezes maior do que o mérito gerado por meu a serviço a todos esses Budas do passado; sim, meu mérito não poderá ser considerado como um centésimo, nem mesmo um milésimo do mérito dessa pessoa; na verdade, tal comparação nem é possível.

Subhuti, se eu explicar em detalhes o mérito (a felicidade) gerado por um bom homem ou uma boa mulher que venha a receber, manter em mente, estudar, recitar e praticar este ensinamento no período final, os que me escutarem serão tomados de dúvidas, suspeitas e descrença na minha fala, podendo até suas mentes assim se desorientarem. É preciso saber, Subhuti, que a importância deste ensinamento está além de qualquer concepção; da mesma maneira, os frutos de ouvi-lo e praticá-lo também são inconcebíveis.


(Seção XVII – Ninguém Atinge a Sabedoria Transcendental)

Neste momento, Subhuti novamente perguntou ao Buda:
“Honrado-Deste-Mundo, se um bom homem ou uma boa mulher busca manifestar a mente desperta mais elevada e completa, no que deve sua mente permanecer e como deve ser ela dominada?”

Buda respondeu a Subhuti:
“Bons homens e boas mulheres que buscam manifestar a suprema mente desperta mais completa devem fazer isso da seguinte maneira: ‘Tenho que levar todos os seres ao estado desperto, livre do sofrimento; ainda assim, quando todos tiverem sido libertados, nenhum ser terá sido libertado. E por quê? Porque, Subhuti, se um Bodhisattva se apega à idéia de uma entidade separada, uma individualidade, uma pessoa, um ser, uma vida, não é então verdadeiramente um Bodhisattva. Pois não há um objeto da mente que exista independentemente e ao qual se dá o nome de ‘a suprema mente desperta’.

O que você acha, Subhuti? Quando o Tathagata estava com Buda Dipankara, ele atingiu algo chamado ‘a suprema mente desperta’?”

“Não, Honrado-Deste-Mundo. Segundo entendo os ensinamentos de Buda, não há algo que seja essa ‘suprema mente desperta’.”

E o Buda disse:
“Exatamente, Subhuti, exatamente. Na verdade, não existe essa ‘suprema mente desperta mais completa’ (Anuttara-samyak-sambodhi) que se diz que o Tathagata atingiu. Pois, caso existisse uma tal coisa, Buda Dipankara não teria predito sobre mim: ‘no futuro você se tornará um Buda chamado Shakyamuni’. Essa predição foi feita, justamente porque não há, na verdade, esse ‘algo’ a ser atingido chamado a mente desperta mais elevada e completa. E por quê? Porque ‘Tathagata’ significa o ser (suchness) de todos os fenômenos.

Se alguém disser: ‘o Tathagata atingiu a suprema mente desperta’, devo dizer que, na verdade, Subhuti, não há um fenômeno que seja uma tal suprema mente desperta; porque, Subhuti, essa suprema mente desperta não é nem real nem irreal. É por isso que o Tathagata disse que todos os fenômenos são fenômenos na mente desperta (all dharmas are Buddhadharmas). Subhuti, esses assim chamados fenômenos não são realmente fenômenos, mas são chamados de fenômenos.

Subhuti, podemos fazer uma comparação com a idéia de uma enorme forma (corpo) humano.”

Subhuti respondeu:
“O Tathagata já disse que tal não seria de fato um enorme corpo, mas seria chamado de ‘um enorme corpo’.

“Subhuti, o mesmo é válido para os Bodhisattvas. Se um Bodhisattva diz: ‘vou libertar todas as criaturas vivas’, tal pessoa não é realmente um Bodhisattva. E por quê? Porque, Subhuti, não há um objeto da mente independentemente existente que seja um Bodhisattva, pois o Buda ensinou que todas as coisas são desprovidas de um ‘em si’, de uma essência intrínseca, de uma individualidade separada. Subhuti, se um Bodhisattva pensa: ‘tenho que manifestar uma bela terra pura’, tal pessoa não é ainda um Bodhisattva. E por quê? Porque o Tathagata já disse que uma terra pura não é realmente uma terra pura, mas é chamada de terra pura.

Subhuti, Bodhisattvas que sejam totalmente livres da idéia de uma essência intrínseca dos fenômenos, de uma individualidade separada dos fenômenos, esses são chamados pelo Tathagata de verdadeiros Bodhisatvas.


(Seção XVIII – Todos os Tipos de Mente são na Verdade Apenas a Mente)

“Subhuti, o que você acha? O Tathagata possui o olho humano?”

“Sim, Honrado-Deste-Mundo, ele possui o olho humano.”

“Você acha que o Tathagata possui o olho divino?”

“Sim, Honrado-Deste-Mundo, ele possui o olho divino.”

“E você acha que o Tathagata possui o olho da percepção direta?”

“Sim, Honrado-Deste-Mundo, ele possui o olho da percepção direta.”

“E ele possui o olho da sabedoria transcendente?”

“Sim, Honrado-Deste-Mundo, ele possui o olho da sabedoria transcendente.”

“E você acha que o Tathagata possui o olho onisciente de Buda?”

“Sim, Honrado-Deste-Mundo, ele possui o olho onisciente de Buda.”

“Subhuti, o Tathagata já ensinou algo sobre os grãos de areia do Ganges?”

“Sim, Honrado-Deste-Mundo, o Tathagata já ensinou sobre isso.”

“Se houvesse tantos rios Ganges quanto há grãos de areia no rio Ganges, e se houvesse tantas terras puras quanto o número total de grãos de areia em todos esses rios Ganges, seriam então muitas terras puras?”

“Realmente muitas, Honrado-Deste-Mundo.”

“Subhuti, mesmo havendo incontáveis seres vivos em todas essas terras puras, e mesmo possuindo eles inúmeros tipos diferentes de mentes, o Tathagata compreende todas essas mentes. E por quê? Porque o Tathagata ensina que todas essas não são Mentes, mas são chamadas de ‘mentes’. Subhuti, nem a mente passada , nem a mente presente, nem a mente futura podem ser encontradas.


(Seção XIX – A Realidade Absoluta é o Único Fundamento)

“Subhuti, o que você acha? Se alguém preenchesse três mil universos com os sete tesouros e doasse todos esses tesouros praticando a generosidade, tal pessoa geraria assim um grande mérito (felicidade) ?”

“Sim, Honrado-Deste-Mundo, tal pessoa geraria assim grande mérito.”

“Subhuti, se esse mérito fosse real, o tathagata não teria dito que ele é grande; mas porque não há mérito algum, o Tathagata disse que a virtude de tal pessoa gerou um grande mérito (grande felicidade).”


(Seção XX – A Irrealidade das Distinções dos Fenômenos)

“Subhuti, o que você acha? O Tathagata pode ser percebido por seu corpo físico completamente perfeito (rupa-kaya)?”

“Não, Honrado-Deste-Mundo, porque o Tathagata ensina que o corpo humano perfeito (rupa-kaya) não é de fato um corpo humano perfeito, mas é apenas chamado de corpo humano perfeito.”

“Subhuti, o que você acha? O Tathagata pode ser percebido por suas formas completamente perfeitas (por suas características fenomênicas)?”

“Não, Honrado-Deste-Mundo, o Tathagata não pode ser assim percebido, pois ele ensina que as formas (fenômenos) completamente perfeitas não são formas (fenômenos) completamente perfeitas, mas são chamadas de formas completamente perfeitas.”


(Seção XXI – As Palavras não Podem Expressar a Verdade. O que as Palavras Expressam não é a Verdade)

“Subhuti, não diga que o Tathagata pensa: ‘preciso ensinar o Dharma.’ Não pense dessa maneira. E por quê? Porque se alguém diz isso, estará realmente difamando Buda, completamente incapaz de entender meu ensinamento. Subhuti, quando o Tathagata expõe o Dharma, não há nenhum Dharma para ser ensinado: mas isso é chamado de ‘expor o Dharma’.”

Então o sábio Subhuti disse ao Buda:
“Honrado-Deste-Mundo, nas eras futuras haverá seres vivos que, ao ouvir esses ensinamentos, neles acreditarão?”

E o Buda disse:
“Subhuti, tais seres vivos não são seres vivos nem não-seres-vivos. E por quê? Porque, Subhuti, o Tathagata diz que esses seres vivos não são realmente seres vivos; ‘seres vivos’ é apenas um nome.”


(Seção XXII – Não se Pode Dizer que Algo seja Atingido)

Subhuti disse ao Buda:

“Honrado-Deste-Mundo, O Tathagata ter atingido a Suprema Mente Desperta e Completa (Anuttara-samyak-sambodhi) significa que o Tathagata não atingiu absolutamente nada?”

E o Buda respondeu:

“Exatamente, Subhuti, exatamente. Eu não atingi absolutamente nada ao atingir a Suprema Mente Desperta, e isso é chamado de Suprema Mente Desperta. (A ‘suprema mente desperta’ é apenas um nome)”


(Seção XXIII – A Prática de Boas Ações Purifica a Mente)

“Além disso, Subhuti, essa mente é universal e imparcial (está em toda a parte igualmente); por isso é chamada de Suprema Mente Desperta. A prática de ações íntegras, livre do apego a um eu, uma essência intrínsica, uma pessoa, uma individualidade separada, um ser ou uma vida resultará na Suprema Mente Desperta. Subhuti, apesar de falarmos em integridade, o Tathagata diz que não há a integridade; é apenas um nome.”


(Seção XXIV – O Mérito Incomparável Deste Ensinamento)

“Subhuti, se uma pessoa, ao praticar a generosidade, oferecer a outros os sete tesouros formando pilhas do tamanho dos Montes Sumeros de 3 mil universos e, por outro lado, uma outra pessoa receber, manter em mente, recitar, praticar e ensinar mesmo que apenas 4 linhas deste ensinamento da perfeição da sabedoria, o mérito (felicidade) resultante desta prática será infinitamente superior àquele de quem praticou a generosidade; não é nem possível descrever essa diferença usando comparações.”


(Seção XXV – A Ilusão do Ego)

“Subhuti, o que você acha? Não se deve dizer que o Tathagata tenha em mente o seguinte pensamento: ‘Tenho que libertar os seres vivos”. Não pense isso, Subhuti. E por quê? Porque na verdade não há nenhum ser vivo que o Tathagata tenha que libertar. Se o Tathagata assim pensasse, estaria preso à idéia de uma essência intrínseca, uma individualidade separada, uma pessoa, um ser e uma vida. Subhuti, quando o Tathagata fala de um ser, não há na verdade um ser (uma essência intrínseca) como pensam as pessoas comuns. Subhuti, o Tathagata diz que as pessoas comuns não são pessoas comuns, mas são chamadas de ‘pessoas comuns’. (‘pessoas comuns’ é apenas um nome)”


(Seção XXVI – O Corpo da Verdade não Tem Marcas)

“Subhuti, o que você acha? O Tathagata pode ser reconhecido por meio de suas 32 características físicas (marcas)?”

Subhuti respondeu: “Sim, Honrado-Deste-Mundo.”
“Subhuti, se o Tathagata pode ser reconhecido por meio de suas 32 características físicas, então um Chakravartin (governador do mundo) também é um Tathagata (pois tem as mesmas características).”

Então Subhuti disse ao Buda:
“Honrado-Deste-Mundo, entendo seu ensinamento. O Tathagata não pode ser reconhecido por meio de suas 32 características físicas”.

O Tathagata disse então os seguintes versos:

Quem me vê nas formas
Ou me busca nos sons
Dá falsos passos no caminho
Pois não poderá assim reconhecer o Tathagata


(Seção XXVII – É Errôneo Afirmar que Todas as Coisas são Inexistentes)

“Subhuti, se você acha que o Tathagata atingiu a Suprema Mente Desperta e que, por isso, não precisa das marcas (características físicas), não cultive tal pensamento. Não pense que quando alguém manifesta a Suprema Mente Desperta, pensará que todos os fenômenos são inexistentes, ou se extinguiram. Não pense dessa forma. E por quê? Porque aquele que manifesta a Suprema Mente Desperta não afirma que todos os fenômenos são inexistentes ou se extinguiram.”


(Seção XXVIII – O Apego às Recompensas do Mérito)

“Subhuti, se um Bodhisattva, ao praticar a generosidade, oferece os sete tesouros em quantidade suficiente para preencher tantos mundos quanto há grãos de areia no Ganges, e, por outro lado, outro Bodhisattva, tendo tido a percepção direta de que todos os fenômenos são desprovidos de uma essência intrínseca, aceita e vive essa verdade até atingir a perfeição da paciência (ksanti), o mérito deste último de longe excede o do primeiro. E por quê? Porque, Subhuti, os Bodhisattvas não recebem recompensas por seus méritos.”

Então Subhuti perguntou ao Buda:
“Honrado-Deste-Mundo, porque os Bodhisattvas não recebem recompensas por seus méritos?”

“Subhuti, os Bodhisattvas não têm expectativas nem apego quando praticam ações virtuosas; por isso, eles não recebem uma recompensa por esses atos.”


(Seção XXIX – A Perfeita Serenidade)

“Subhuti, se alguém disser que o Tathagata vem ou vai, senta-se ou deita-se, tal pessoa não entendeu meu ensinamento. E por quê? Porque ‘Tathagata’ significa ‘não vem de lugar algum, não vai a lugar nenhum’; é por isso que ele é chamado de ‘Tathagata’.


(Seção XXX – O Princípio)

“Subhuti, se alguém reduzisse a partículas de poeira todos os mundos do universo, haveria muitas partículas de poeira?”

Subhuti respondeu:
“Muitas, Honrado-Deste-Mundo. E por quê? Porque se elas existissem realmente por si mesmas, o Buda não as chamaria de ‘partículas de poeiras’. Quando o Buda fala de partículas de poeira, não são essencialmente partículas de poeira, mas são chamadas ‘partículas de poeira’. Honrado-Deste-Mundo, quando o Tathagata fala de ‘mundos’, também não são ‘essencialmente’ mundos, mas são chamados de ‘mundos’. E por quê? Porque se existem, existem como ‘composições’. E o Tathagata fala de ‘composições’ que não são ‘composições’ essencialmente, mas são chamadas de ‘composições’. Subhuti, as palavras não podem expressar a verdadeira natureza do que chamamos ‘composições’, mas as pessoas comuns sentem anseio e apego por isso.”


(Seção XXXI – A Verdade Convencional)

“Subhuti, se alguém disser que o Buda fala de uma visão da essência intrínseca, da individualidade separada, da pessoa, do ser e de uma vida, tal pessoa entendeu meu ensinamento?”

“Não, Honrado-Deste-Mundo. Quem assim fala não entendeu seu ensinamento. E por quê? Porque quando o Tathagata fala da noção de uma essência intrínseca, uma individualidade separada, uma pessoa, um ser ou uma vida, não é realmente uma essência intrínseca, uma individualidade separada, uma pessoa, um ser ou uma vida, mas é chamado de ‘uma essência intrínseca, uma individualidade separada, uma pessoa, um ser ou uma vida’.

Subhuti, aquele que manifestar a Suprema Mente Desperta saberá, enxergará, acreditará e compreenderá todos os fenômenos assim; nessa mente não surgirá a percepção (enganosa) das formas dos fenômenos (dharma-laksana). Subhuti, o que o Tathagata chama de forma dos fenômenos não é realmente forma dos fenômenos, mas é chamado de ‘forma dos fenômenos’.”


(Seção XXXII – A Ilusão dos Fenômenos)

“Subhuti, se por um lado alguém, praticando a generosidade, oferecer em doações os sete tesouros em quantidade suficiente para preencher todos os mundos por incontáveis éons e, por outro lado, um bom homem ou uma boa mulher manifestar a Mente Desperta (Bodhi-mind), receber, manter, recitar, praticar e ensinar mesmo que só quatro linhas deste ensinamento, seu mérito será maior que o daquele que praticou a generosidade. E como deve este ensinamento ser explicado a outros? Por meio do desapegar-se dos fenômenos, na permanência na verdade. Assim devemos enxergar este mundo fugaz:

“Todos os fenômenos são como sonhos, aparições,
como gotas de orvalho, relâmpagos, ilusões…

Assim devemos meditar sobre todas as coisas.”

Depois que Buda deu este ensinamento, o venerável Subhuti, os monges, monjas, deuses, assuras e humanos que o haviam escutado, tomados de profunda alegria e confiança, seguiram seus caminhos contemplando e praticando este sutra.



Tradução : Adriana Toledo
Textos

A ENERGIA FEMININA E A TRANSFORMAÇÃO TÂNTRICA
Reconhecendo e usando a energia feminina
Atribuímos espontaneamente a nosso planeta a energia femina, e por isso nós o chamamos de Mãe Terra. De certa forma nos consideramos seus filhos, pois o planeta nos dá vida e alimento. Parece haver em nossa sociedade tanto homens quanto mulheres que se interessam por cuidar do meio-ambiente, mas em minha opinião, a energia feminina é mais adequada, e portanto mais poderosa do que a energia masculina para curar de fato o meio-ambiente. Se analisarmos atentamente o nível energético e examinarmos as qualidades das energias masculina e feminina, veremos que as mulheres são naturalmente mais sensíveis e têm um senso maior de responsabilidade em relação ao meio-ambiente e ao cuidado com a vida. As mulheres sempre cuidaram mais de nosso meio-ambiente, tanto no nível do samsara quanto do nirvana. Para confirmar isto basta examinar a História. A maior parte das guerras e armas que causaram destruições em massa foram criadas por homens. Há muitas eras, cultivamos coletivamente a idéia errada de que devemos usar a força para cuidar de nossa sociedade, família e meio-ambiente caso necessário. Por causa disso, criamos gerações e gerações de armas cada vez mais destrutivas, e há 50 anos entramos na era nuclear. A maior parte das tecnologias que estão danificando o meio-ambiente foi criada por homens. Até agora, a energia masculina tem sido usada para guerrear com o meio-ambiente. Chegou a hora de usar a energia feminina para fazer as pazes com o meio-ambiente. As mulheres têm muitas qualidades especiais diferentes das qualidades dos homens. A energia feminina trabalha através de sentimentos e sensações. Por isso, as mulheres têm uma sensibilidade especial em relação à vida e à natureza. Elas também possuem uma qualidade de sabedoria intuitiva muito particular. As mulheres são os alicerces de muitas tradições, pois são responsáveis pela estabilidade do dia-a-dia familiar e por passar às próximas gerações muitos costumes e aspectos da cultura. Em sociedades que sofrem uma transição, como a comunidade tibetana no exílio, podemos ver que as mulheres continuam a seguir suas tradições e costumes por mais tempo que os homens. Uma mulher tibetana continuar a usar suas roupas tradicionais muito tempo depois que os homens em sua família já tiverem abandonado as suas. Nos dias de hoje, as mulheres certamente estão mais sintonizadas e são mais sensíveis à anergia espiritual e à sabedoria tradicional do que os homens. Nas igrejas do ocidente, a maior parte dos freqüentadores são mulheres, e já notei que quando dou uma palestra em um centro budista, a maior parte do público é de mulheres. Todos nós iniciamos a vida e nos desenvolvemos durante nove meses no útero de nossa mãe. Nos dias de hoje, o aborto é aceito pela maior parte das pessoas, portanto, foi uma decisão de nossa mãe optar por nos manterem vivos e cuidar de nós. Ela seguiu pacientemente uma dieta adequada, tomou remédios e fez exercícios físicos para garantir nossa saúde e bem-estar, preocupando-se mais conosco do que com ela mesma. Logo após nossa vinda ao mundo, éramos seres completamente vulneráveis, só sabíamos chorar, dormir e tomar leite. Mas nossa mãe cuidou de nós com todo amor desde esse momento até hoje. Ela nos alimentou nos preparou comidas especiais para bebês, limpou nosso corpo e nosso quarto, cuidou de nossa educação, nos comprou roupas, brinquedos etc. Se tivéssemos nascido em uma sociedade como a do antigo Tibet, nossa mãe também nos providenciaria mapas astrais e divinatórios, além de muitas cerimônias auspiciosas e curativas. Mesmo quando não moramos mais com nossa mãe, ela continua se preocupando com nossa alimentação, saúde, trabalho e amigos. Mesmo quando nos revoltamos contra ela ou agimos de uma forma muito autodestrutiva, ela continua tentando encontrar a melhor solução para nós e para nossa vida. No nível absoluto, esta energia feminina é a qualidade do espaço, a sabedoria da vacuidade e da interdependência dos fenômenos. Todos os fenômenos de nosso mundo externo e interno surgem do espaço da vacuidade. Tivemos uma intuição desta verdade quando chamamos nosso planeta de Mãe Terra. Todos nós nascemos do espaço no ventre de nossa mãe. A qualidade do espaço permite às mulheres dar vida e alimentar seus filhos. A conexão entre essas energias e funções dá à mulher uma tendência natural para cuidar do meio-ambiente. O útero é um lugarzinho muito pequeno quando entramos nele, mais ou menos do tamanho de um dedo. Mas este espaço tão pequeno é capaz de conter toda a essência de nossa energia humana. Nossa consciência deixa o bardo (o estado intermediário de uma vida à outra) e entra na mistura criada pela união do óvulo de nossa mãe e do espermatozóide de nosso pai. O espermatozóide e o óvulo são a essências das energias masculina e feminina. A concepção é o momento verdadeiro de nosso nascimento como seres humanos, mas temos que esperar nove meses para que nosso corpo se desenvolva o suficiente para podermos sair do útero e viver sozinhos no meio-ambiente exterior. No momento da concepção todas as nossas consciências passam a ser sustentadas pela união das Bodichita vermelha e branca. O espaço contido nesta união das Bodichita branca e vermelha (a gota indestrutível) e a consciência fundamental é maior que todo o espaço do universo. Neste espaço estão guardados todos os nossos registros cármicos – os registros de todas as ações, palavras e pensamentos bons e ruins que tivemos durante nossas vidas. Da mesma forma que um pequeno espelho pode refletir uma cidade inteira, nosso “espelho cósmico” pode refletir todos os reinos do samsara e do nirvana. Este espelho cósmico, nosso disquete do espaço interno, é como um CD-ROM cármico permanentemente instalado no fluxo de nossa consciência que passa de uma vida a outra. Em suas condições atuais, ele reflete os seis reinos internos de sofrimento, e por isso vivenciamos sofrimento momento após momento, vida após vida. Se limparmos ou purificarmos este espelho através da Autocura Tântrica, ele refletirá o mundo absoluto, e nós nos tornaremos oniscientes e viveremos em um meio-ambiente puro. Quando recebemos uma iniciação do tantra mais elevado, devemos renascer como um filho daquele Buda específico. Durante a iniciação, simulamos o processo do renascimento de uma forma pura, transformando a energia. As divindades feminina e masculina estão em união sexual. Somos atraídos para dentro da boca de nosso pai, descemos através de seu canal central e somos lançados de seu dordje, o canal secreto do homem, para o lótus, o útero da consorte, sob a forma de uma sílaba-semente sobre um disco de sol ou de lua. Este processo representa a entrada da consciência que estava no bardo nas Bodichita branca e vermelha de seus pais. Nascemos então dentro do lótus da consorte e crescemos no espaço de seu ventre. A energia feminina cuida mais de nós do que a energia masculina, enquanto somos pequenos. O desenvolvimento e nascimento de um bebê e a geração tântrica de uma divindade são semelhantes. A diferença é que um nascimento normal nos dá um corpo e uma mente poluída que nos levam as experiências sofridas, problemas, dores e doenças, enquanto o nascimento com um corpo e uma mente puros de uma divindade nos traz paz, felicidade e bem-aventurança. Em um caso, o que ocorre é a transformação de uma energia impura, e no outro, a transformação de uma energia pura. Não precisamos sair deste mundo para realizar isso. Sua Santidade Sakya Trizin e Dagmo Kushog, sua consorte pura, oferecem um bom exemplo dos resultados de se desenvolver uma energia pura de corpo e mente no nível interno e no meio-ambiente externo. Seu meio-ambiente interno é muito puro e por isso sua essência, o sêmem e o sangue, são capazes de produzir filhos muito bons, muitos dos quais são agora detentores da linhagem da tradição Sakya do budismo tibetano. No tantra precisamos usar as duas energias, feminina e masculina, no caminho para a libertação. Para realizar isso, precisamos respeitar o sexo oposto e enxergá-lo como uma ajuda para chegarmos à iluminação. Quando olhamos para uma tankha de Kinkara, os protetores dos cemitérios de Heruka vêem as energias feminina e masculina representadas de uma forma muito simbólica. A dança eterna dos dois esqueletos simboliza a dança das energias dualista masculina e feminina, yang e yin, que existem em nosso meio-ambiente samsárico. O esqueleto feminino segura um vaso cheio de néctar da vida, e o masculino segura uma arma, que simboliza o aspecto destrutivo da natureza do homem. Precisamos que as duas energias, masculina e feminina, sejam saudáveis, e também temos que criar harmonia entre os mundos interno e externo. Nos últimos anos, o equilíbrio entre as energias masculina e feminina foi perdido, pois a energia masculina foi demasiadamente enfatizada. Isso nos trouxe muitos benefícios do ponto de vista do progresso tecnológico, mas agora, vendo a agressão associada a esta energia, a competitividade e o desejo de conquistar outras culturas, estamos começando a perceber que este excesso nos custa muito caro. Temos tido muitas guerras e mortes, e agora os elementos e o meio-ambiente como um todo estão poluídos, doentes, fracos e quase morrendo (NGAL). Para superar esta crise, precisamos aprender e reconhecer coletivamente que a energia feminina é muito preciosa e sagrada, e que vale a pena dar atenção à sabedoria intuitiva das mulheres. Tanto os homens quanto as mulheres suprimiram sua energia feminina. Por isso, agora é necessário que voltem a ter contato com o lado positivo desta energia (SO). Uma dakini é um ser de sabedoria feminino que pode manifestar-se em nosso mundo como uma mulher comum, usando jeans e baton e dirigindo seu carro, mas que tem qualidades especiais de sabedoria e energia. Precisamos aprender a reconhecer as dakinis, pois elas não se manifestam como estão tradicionalmente representadas nas tankhas. No nível do nirvana (o nível energético), os seres iluminados femininos são as budinis e as dakinis. Estas heroínas, mensageiras da iluminação em nosso mundo, trabalham mais para o meio-ambiente do que os budas e dakas. No nível absoluto, a energia feminina é a Bodichita absoluta, shunyata, o que significa que a essência da energia feminina é sabedoria, paz e espaço. Sentimos de um modo muito profundo que todas as formas são existentes por si mesmas e, por isso, somos incapazes de sentir o espaço. Vemos muitas coisas ao nosso redor e nos sentimos sufocados, desejando viver sozinhos ou em algum lugar silencioso. Isto significa que realmente sentimos necessidade de usar a energia do espaço relativo para criar paz. Depois de ter passado algum tempo sozinhos, recuperamos nossa paz e sentimos então que podemos voltar à nossa atribulada vida normal. Usar o espaço relativo é bom e nos ajuda a reconhecer e aceitar o espaço absoluto, ou shunyata. Quando as pessoas ouvem a palavra “shunyata”, geralmente fecham a mente para seu significado, acreditando tratar-se apenas de um conceito filosófico chato. Mas na verdade, “shunyata” é muito importante, tanto no sentido absoluto quanto relativo. O espaço absoluto é nossa melhor chance para superar nossos problemas profundos. Precisamos reconhecer que todas as vezes que percebemos a vacuidade, estamos tocando nossa consorte do espaço, nossa dakini. Precisamos entender que quando dormimos com a energia feminina do espaço, dormimos de uma forma muito relaxada. Não pensem que porque estou usando uma analogia sexual, apenas os homens precisam de espaço. Tanto os homens quanto as mulheres precisam entrar em contato com a energia interna e externa da dakini do espaço. Precisamos brincar todos os dias com a energia feminina. Podemos dizer que a paz é a sabedoria feminina, e que com o método da paz podemos superar todas as nossas dúvidas, uma a uma, e nos libertar do sofrimento. Atualmente temos duas formas de ignorância. Uma é o obscurecimento ao conhecimento, um bloqueio de nível grosseiro em nossa energia do espaço. A outra é o obscurecimento à onisciência, um bloqueio de nível sutil em nossa energia do espaço, causado pelas marcas ou perturbações energéticas derivadas de nossas ilusões no continuum de fluxo energético e em nossas mentes grosseiras, sutis e muito sutil. Para perceber a vacuidade precisamos do método (energia masculina de bem-aventurança) e da sabedoria (energia feminina), pois o acúmulo de mérito nos dá energia mas é incapaz de remover nossos obscurecimentos sutis. Para remover estes obscurecimentos sutis, precisamos acumular a sabedoria femina do espaço-paz. O resultado deste acúmulo é o “rupakaya”, o corpo da forma iluminado, e o “dharmakaya”, a mente iluminada, que é a realização da paz completa. Para melhorar nossa saúde, cuidar do meio-ambiente e chegar à iluminação é essencial desenvolvermos a energia feminina tanto no nível relativo quanto absoluto.
Trecho do livro ‘Fazendo as Pazes com o Meio-Ambiente’, de T.Y.S. Lama Gangchen Rinpoche.

IMAGENS MENTAIS
Todos nós estamos mais ligados às imagens do que à realidade, mas as pessoas não compreendem o poder que as imagens mentais têm. Por exemplo, quando alguém nos diz coisas rudes, depois de uma semana ainda repetimos suas palavras e pensamos nesta pessoa. Usamos estas palavras como um mantra, repetindo-as muitas vezes em nossa mente. Ou, se quando jovens, tivemos a chance de conhecer algum ator ou atriz muito famosa, até hoje guardamos sua imagem. Não podemos tocar ou beijar esta pessoa, mas ainda nos lembramos dela todos os dias. Isso é mais poderoso que nossa meditação! O tantra usa e transforma este hábito nos oferecendo imagens de cura para nos apegarmos em vez de imagens de atores e atrizes. Todos nós sentimos atração pela beleza da natureza e temos facilidade para lembrar as paisagens bonitas que vimos. Através do tantra podemos transformar esta imagem mental, guardando-a como a imagem de um belo mandala cheio de árvores, flores e animais. Seguimos estas imagens internas e visualizações durante toda nossa vida. Exatamente neste momento temos guardadas imagens internas de nossa casa, jardim, namorada (o) etc. O tantra nos dá a oportunidade de guardar apenas as imagens melhores, imagens de um namorado (a) de cristal puro, uma casa de cristal puro e um meio-ambiente de cristal puro. Tais imagens não são mais fantasiosas do que as imagens segundo as quais somos pessoas ruins ou feias. Ouvi dizer que mulheres anoréxicas estão de fato convencidas de que são gordas, pois quando olham no espelho vêem a imagem de uma mulher feia e gorda. Os cientistas fazem pesquisas procurando analisar o tipo de percepção que elas têm. A imagem de si mesma como gorda está fixa na mente. Por isso os psiquiatras curam os anoréxicos tentando substituir esta imagem negativa por uma positiva. Outras imagens negativas, como por exemplo, acreditar que haverá um terremoto ou que seremos despejados de nossa casa, também cria muito medo e sofrimento em nossa mente. Por isso, precisamos trocar nossas imagens internas, nossa companhia interna. De uma ou outra forma, todos nós receamos não ser suficientemente bons. Achamos que somos feios, inadequados, fracassados etc. Substituindo estas imagens negativas de nós mesmos por imagens que nos mostram como seres de cristal puro ligados à energia universal e morando em um mandala, podemos curar nós mesmos e o meio-ambiente em muitos níveis. Em vez de pensar que é estranho nos visualizarmos com um corpo de luz vermelho ou azul, devemos entender que se trata de um método profundo de Autocura e cura do meio-ambiente. Se você compreender a interdependência dos fenômenos e como a mente cria as imagens nas quais acreditamos, poderá entender também como unificar o mandala e o meio-ambiente de cristal puro com nossa vida cotidiana. Uma imagem visualizada é vazia, e assim, compreendendo a natureza dos fenômenos internos e externos, percebemos que o nirvana é mais interessante que o samsara. É possível estar em um mundo de cristal puro e ao mesmo tempo funcionar segundo as regras deste nosso mundo comum, pois o tantra traz a sensação positiva para a imagem de nosso corpo e meio-ambiente tal como são. É muito melhor pensarmos que somos bonitos como a Tara em vez de nos sentirmos velhos e feios. O tantra nos devolve a alegria e a espontaneidade de nossa mente natural. Ele também nos dá sentimentos positivos em relação ao nosso trabalho, nesta época em que a maior parte das pessoas perdeu o prazer e o amor pela profissão e trabalham como máquinas, sem sentir nada e com interesse apenas no dinheiro. Com o tantra podemos nos sentir como bodhisattvas e divindades de cura, transformando todas as tarefas normais do dia-a-dia em serviços de cura para o benefício dos outros e do meio-ambiente, aumentando assim nossa energia e entusiasmo pelo trabalho. Por exemplo, se somos operários em uma fábrica, podemos pensar que estamos indo trabalhar com a finalidade de nos sustentar para podermos nos desenvolver e ser de benefício para todos os outros seres e o meio-ambiente. Desta forma, passamos a enxergar nosso trabalho como algo útil e positivo. Viver em uma terra pura é uma experiência possível para todos, se transformarmos as imagens em nosso computador mental e em nossos cinco chacras.
Trecho do livro “Fazendo as Pazes com o Meio-Ambiente” de T.Y.S. Lama Gangchen Rinpoche.

MELHORES MOMENTOS DO BATE-PAPO COM LAMA GANGCHEN
Veja os melhores momentos do bate-papo com Lama Gangchen, mestre tibetano, realizado no IG, a convite da Árvore da Vida. O mestre esteve no Brasil, onde participou de uma viagem de conscientização ecológica e espiritual à Amazônia, e veio a São Paulo para diversas atividades, entre elas o lançamento de seu livro Autocura 1. Se você não participou, aproveite agora importantes ensinamentos deste mestre. Ás 16h32min, depois do Boa tarde da moderadora, Lama Gangchen fez sua saudação geral:
“É muito bom encontrar todos vocês através da internet!”.
16h40min: 22 – Sol fala para todos: “Lama, o que o levou a fazer um trabalho na Amazônia. Por que o Brasil?”
16h42min: 22 – Lama Gangchen fala para todos: “Porque nós temos uma associação de artes curativas no Himalaia, na Amazônia e nos Andes”. Nós estamos trabalhando em um projeto de levar a paz para a Amazônia, com um grupo de pessoas de todos os países!
16h43min: 03 – Zen fala para Lama Gangchen: “Não sou muito religioso, mas acredito numa força superior, e simpatizo muito com o budismo”. Gostaria de, em algum tempo, me converter. Como faço?
16h44min: 04 – Lama Gangchen fala para Zen: “Minha opinião: antes de se tornar budista, você precisa se tornar uma boa pessoa, alcançar sua paz interna. E desta maneira, aos poucos, você entrará no budismo. Você, então, trabalhará pela paz, porque a paz interna é a base mais sólida para a paz mundial”.
16h44min: 04 – Dani fala para Lama Gangchen: “O que é exatamente o budismo, vocês acreditam em algum deus? Acreditam em vida após a morte?”
16h45min: 16 – Lama Gangchen fala para todos: “Dani, nós acreditamos não exatamente em Deus, mas no karma, que quer dizer Tendrel, que significa a interdependência, causas e condições positivas e negativas de todos os fenômenos”.
16h44min: 04 – Gringa fala para Lama Gangchen: “Olá, tenho algo que me incomoda bastante e gostaria de saber qual o seu pensamento sobre isto: há gente que afirma conseguir amar duas pessoas ao mesmo tempo e se relacionar com elas (beijos, abraços, sexo), com grande intensidade”. Eu particularmente não acredito nisso e tampouco sinto isso. Mas como explicar a estas pessoas este processo, que em minha opinião é equivocado, se elas sentem, portanto acreditam? Existe mesmo?
16h53min: 21 – Lama Gangchen fala para Gringa: “A gente não pode julgar a natureza da personalidade das pessoas, algumas gostam de amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo, outras não. Quem sabe elas começam amando assim, e depois entram em um caminho correto, normal?…”
16h44min: 07 – Dakini fala para todos: “Olá Lama Gangchen, nos conte das similaridades que você encontra nestes três pontos especiais do planeta: Andes, Amazônia e Himalaia”.
16h49min: 37 – Lama Gangchen fala para Dakini: “Todos esses povos são indígenas. Os Andes e a Amazônia precisam de paz e o Himalaia precisa de muita água. Então estamos unindo as necessidades de cada um desses lugares. O Himalaia é o telhado deste mundo, se o telhado está seco, o resto da casa pode secar também”!
16h49min: 34 – Dani fala para Lama Gangchen: “Vcs acreditam que devemos nos conformar com as situações, já que elas são nossos carmas”?
16h53min: 25 – Lama Gangchen fala para Dani: “Nós temos que aceitar, mas também ver a nossa vida com clareza. Isto é, podemos transformar. Aceitação é o primeiro passo para transformar”.
16h49min: 37 – Tilico fala para Lama Gangchen: “Olá, Lama, boa tarde! Diante dessas possibilidades, qual o verdadeiro caminho para a paz e a felicidade com os seres humanos”?
16h54min: 45 – Lama Gangchen fala para Tilico: ” O caminho correto é criar um dia de paz. Uma noite de paz. Um sono de paz e um acordar de paz. Assim conseguiremos criar semanas de paz, anos de paz e uma vida de paz. Nós temos que trabalhar por isso”.
16h49min: 44 – Zen fala para Lama Gangchen: “Você acredita na possibilidade de alguém ter um karma apenas positivo e se livrar de todas as coisas negativas que estão a sua volta? Ou o negativo faz parte de todos nós, complementando a parte positiva”?
16h56min: 09 – Lama Gangchen fala para todos: “Zen, não é possível ter apenas a positividade, mas é possível transformar a negatividade em positividade, até chegarmos um dia à total purificação”.
16h49min: 44 – Sol fala para todos: “Lama, eu já ouvi dizer que Buda dizia que o caminho da iluminação é só para os homens, e verdade”?
16h58min: 39 – Lama Gangchen fala para todos: “Sol, não, isso não é verdade. Nós temos na iluminação Sidarta como homem e temos também Tara, uma princesa que atingiu a iluminação em um corpo de mulher. Estes são apenas exemplos, existem milhares de homens e mulheres que atingiram a iluminação”.
16h53min: 17 – Bruno fala para Lama Gangchen: “Boa tarde, muito prazer em estar próximo de você. Gostaria de saber qual é o poder da iniciação”.
17h00min: 15 – Lama Gangchen fala para Bruno: “Iniciação quer dizer transferência de poder. O Lama transfere através de suas bênçãos a energia que necessitamos para realizar o caminho espiritual até a iluminação. Não é suficiente compreender, é necessário também desenvolver a energia espiritual”.
16h53min: 17 – Rao fala para todos: “Lama, eu o vi no IG e fiquei com vergonha de falar com vc. Por que será?”.
17h01min: 12 – Lama Gangchen fala para Rao: ” Você não precisa ter vergonha, pois nós dois somos seres humanos. Então por que ter vergonha? Fale comigo”.
16h58min: 39 – Hugo fala para todos: “Rinpoche, como é que se transforma uma negatividade, por exemplo, a raiva, em positividade”?
17h06min: 15 – Lama Gangchen fala para todos: “Hugo, a primeira coisa é reconhecer que raiva é raiva. Reconhecer que a raiva destrói tudo, você mesmo e a sua família. E você pode, então, transformar o calor da raiva no canal do amor”.
17h00min: 15 – Angelis fala para Lama Gangchen: “Como o budismo explica certos distúrbios da mente, como a síndrome do pânico, depressão etc.”?
17h11min: 27 – Lama Gangchen fala para Angelis: “Pânico é um tipo de ignorância que traz um sentimento de não ter o que fazer então nós temos um problema da ignorância. É como num acidente de carro, quando não podemos perder a nossa consciência para, então, sermos salvos”.
17h02min: 16 – Bruno fala para Lama Gangchen: “É possível ter uma relação discípulo-guru verdadeira, encontrando-se com seu guru uma só vez, sem contato direto, ouvindo ensinamentos com outras pessoas, como eu e você? Quando o encontrei na primeira vez senti uma grande onda de amor, meu coração ficou quentinho.”.
17h16min: 22 – Lama Gangchen fala para Bruno: “Conhecer mentalmente é mais importante do que o conhecimento físico. Uma vez que as duas mentes se conectaram, a relação está estabelecida”.
17h19min: 02 – Canudo e Caneco falam para Lama Gangchen: “Sua religião prega a paz. Mas a violência e a raiva não são partes do ser humano? Onde está o equilíbrio”?
17h20min: 21 – Lama Gangchen fala para todos: “A natureza da raiva e da violência foi criada”. Não faz parte da natureza essencial do homem. No início da formação da mente não havia raiva, a nossa primeira mente é de paz, depois é que foi contaminada pela raiva e depois pela violência.
17h02min: 16 – Gringa fala para Lama Gangchen: “Lama, qual a melhor maneira de se comportar, no caso de um relacionamento amoroso com um homem, com uma pessoa que esteja sempre acreditando que possa ‘acontecer’ outra mulher em sua vida? Se acontecer, como é possível, o certo seria respeitar e conviver com esta realidade, ou abandonar a pessoa até que ela se decida”?
17h15min: 11 – Lama Gangchen fala para Gringa: “Nós temos de ter uma relação aberta e direta com a pessoa. Temos que conversar muito de maneira amigável com palavras verdadeiras. E é daí que uma nova luz surge”!
17h15min: 48 – Marilis fala para Lama Gangchen: “O que é felicidade para o budismo”?
17h25min: 52 – Lama Gangchen fala para Marilis: “É uma vida melhor, é uma vida mais clara, com menos medo. Isso é felicidade”.
17: 16: 01 – Dakini fala para Lama: “Como você vê as diferentes linhagens do budismo”?
17h19min: 08 – Lama Gangchen fala Dakini: “O budismo é como uma montanha de kailash de 4 lados”. Do topo, a água desce para cada lado até formar o lago em toda a sua volta. Se a água escorresse apenas por um lado, as demais áreas não seriam irrigadas, o mesmo acontece com as linhagens. Na base todas se unem.
17h22min: 38 – Jah fala para Lama: “Como posso educar meus filhos nos ensinamentos do budismo”?
17h24min: 54 – Lama Gangchen fala para Jah: “Você precisa dar bons exemplos de educação e de amor. Não dê atenção à competição e ao ciúme, mas sim à ação positiva”.
Algumas das mensagens carinhosas que o Lama recebeu:
17h21min: 39 – Sol: “Lama Gangchen, vc é um raio de sol”. É bom saber que existem pessoas assim no mundo. Muito obrigado. Muito axé, luz, amém, namasté, shalon…
17h23min: 30 – Andréa: “Que você tenha uma vida muito, muito longa, com saúde e felicidade, para poder continuar sua missão de Amor e Paz”.
17h24min: 48 – Lady: “Quero te desejar tudo de bom, muita luz para você, sua presença nesta tarde foi ótima, muito obrigada”.
17h24min: 48 – Dakini: “Eu também quero agradecer por nos ter trazido o tesouro da autocura, um verdadeiro método para darmos espaço à Paz Interna e Mundial. Eu o guardo em minha mente e coração, para sempre. E obrigada por você nos olhar, por ter visto no Brasil e na Amazônia uma das mais belas riquezas da humanidade”.
17h24min: 48 – Om: “Vida longa para você, Lama Gangchen, por favor, peço as suas bênçãos. Om Mani Padme Hum”.
17h28min: 04 – Lady: “Durante nossa comunicação sinto arrepios, você realmente passa uma energia muito boa”.
Despedida do mestre
17h30min: 00 – Lama Gangchen fala para todos: “Por favor, usem a internet de maneira positiva, com benefício, pois a internet pode ser o nosso melhor investimento de Paz e Alegria”. Obrigado, boa sorte!

GLOSSÁRIO
Tantra – Práticas especiais de transformação da energia do corpo, da palavra e da mente. Esses métodos foram revelados por Budha em seu aspecto secreto, ou esotérico, com Vajradara. Os ensinamentos tântricos são muito mais poderosos que os ensinamentos do Sutra, mas exigem um compromisso pessoal muito mais sério, muito mais disciplina e sabedoria, pois lidam com nossas energias psicofísicas mais potentes e, por isso podem ser facilmente mal interpretados. Significa também o continuum indestrutível da energia sutil de nosso corpo e mente, localizado no chacra do coração. Esse continuum indestrutível de energia é o que passa de vida para vida e , quando transformado por meio dos Métodos Tântricos, torna-se o Corpo-Vajra e a Mente-Vajra de Budha. O método para chegarmos à Iluminação rapidamente é praticarmos a união do Sutra e do Tantra.
Sutra – Ensinamentos públicos de Guru Budha Shakyamuni sobre os métodos para realizarmos a paz interior pelo benefício de todos os seres.
Vajra – “Cetro de Diamante”. O vajra simboliza indestrutível bem-aventurança e vacuidade. A palavra “vajra” muitas vezes é traduzida simplesmente por diamante ou vajra.
Vajradara – Dor-dje Tchang -Detentor do Vajra, manifestação secreta de Budha Shakyamuni como corpo do prazer com sua consorte de pura sabedoria, que ensinou o Tantra aos Arya Bodhisattvas.
Budha – “Ser Totalmente Iluminado”. Qualquer ser que tenha aperfeiçoado seu corpo, palavra, mente, qualidades e ações, tendo abandonado todas as ilusões e suas marcas.
OM MANI PEME HUM HRI - MANTRA
OM - fecha as portas para o reino dos devas.
MA - fecha as portas para o reino dos assuras invejosos.
NI - fecha as portas para o reino humano.
PE - fecha as portas para o reino animal.
ME - fecha as portas para o reino dos espíritos.
HUM - fecha as portas pra o reino dos infernos.
HRI - é a sílaba – semente mântrica de Budha Amitabha, uma chave de sabedoria para renascermos em Sukhavati, o Paraíso Ocidental.
Paz Interna e Mundial Agora E Sempre!
http://centrotardoling.wordpress.com

Centro de Desenvolvimento Humano Cultural e Filosófico Tardö Ling

Endereço
Rua Dr. Nicolau de Sousa Queirós, 163 – casa 2 – Aclimação
CEP: 04105-000 – São Paulo
Próximo a Estação Paraíso do Metrô
Fone: 55 11 3812.4801 – Rute
Blog: http://centrotardoling.wordpress.com
e-mail: centrotardoling@rute.cardoso.nom.br

Centro Tardö Ling

Centrotardoling
Centro de práticas de budismo
Quem Somos
Todos serão bem-vindos ao Centro de Desenvolvimento Humano Cultural e Filosófico Tardö Ling
O Centro Tardö Ling, é uma associação religiosa sem fins lucrativos, fundado em 1995, pelo mestre budista tibetano Venerável Lama Gangchen Tulku Rinpoche, curador tantrico do budismo Vajrayana, diretor e mentor espiritual do Centro. Recebe orientação também do Precioso Lama Michel Rinpoche.
Dedica ao estudo da cultura, filosofia e à prática da paz interna, de todos os seres e do meio ambiente.
Em sua existência o Centro Tardö Ling, administrado por Rute Cardoso www.rute.cardoso.nom.br, tem se dedicado a inspirar e sensibilizar pessoas ao encontro do amor e da compaixão, cura física e mental, através da prática de Autocura Tãntrica Ngal-So, apresentado e ensinado por Lama Gangchen Rinpoche.
Uma experiência transformadora da nossa capacidade de energia de puro cristal.
Grandes Mestres Tantricos e Doutores em filosofia budista têm concedido preciosos ensinamentos baseado na doutrina de Budha Shakyamuni, de forma moderna adaptada ao nosso dia-a-dia.
Aos Mestres; Lama Gangchen Tulku Rinpoche, Lama Michel Rinpoche, Lama Caroline Gammon, Gueshe Ngawang Sherab, dedicamos incomensuráveis auspícios e longa vida pela preciosa capacidade em nos transmitir a cessação de nosso sofrimento despertando nossa mente de clara luz.
TASHI DELEK!

***Centro de Práticas de Budismo Tibetano***
*ATIVIDADE*
Prática Regular: Sexta-feira - 10:30hs. Autocura Tantrica Ngal-So de Tara Verde. Facilitadora: Rute Cardoso.